Depois do final de "O destino do tigre" tudo parecia bem, a maldição foi quebrada, Lokesh derrotado, Kelsey e Ren tiveram seu felizes para sempre e tínhamos a deusa Durga e seu tigre para servir a todos.
Se todos os problemas estão aparentemente resolvidos, então qual é a narrativa de O sonho do tigre? Essa pergunta é respondida com a volta surpreendente do xamã Phet com uma grande revelação e um pedido de ajuda urgente. A partir desse momento uma intrincada rede de viagens no tempo nos mostra outros ângulos de toda a saga dos tigres e demonstra que cada pessoa, objeto e acontecimento foi cuidadosamente colocado no lugar e horário certos para formar o resultado final, como se a história dos nossos queridos personagens fosse um grande quebra-cabeça.
Essas viagens tem também a função de reviver momentos chave, que já tinham sido muito comentados, mas a gente nunca tinha realmente presenciado, como por exemplo, o acidente que matou os pais da Kelsey, como o Ren virou animal de circo ou o que realmente aconteceu quando o nosso príncipe de olhos azuis foi capturado e torturado pelo Lokesh.
Já era de conhecimento geral que o livro ia ser contado do ponto de vista do Kishan, mas o que não foi tão divulgado é que tão importante como o nosso tigre de ébano seria Anamika. Aliás esses dois formaram um dinâmica interessante, porque para os seus seguidores eles são a Deusa Durga e seu protetor Damon, mas na intimidade eles começaram como duas pessoas que mal se conheciam, mas tinham que conviver diariamente, enquanto tentavam superar grandes perdas e carregavam a grande responsabilidade de atender os pedidos de ajuda dos necessitados, e acabaram como grandes companheiros que construíram uma bela e emocionante vida.
Falando da Ana, achei bem ariscado investir nela como protagonista desse livro, porque não sabíamos quase nada sobre quem ela realmente era, sobre o seu passado ou como ela se tornou a bela e poderosa guerreira que foi fundamental na luta contra o Lokesh e desenvolver um personagem novo já na reta final saga, enquanto tentava encerrar a narrativa foi um movimento ousado. Por isso que vou dar os parabéns para Coullen Houck por se sair tão bem desse problema que ela mesmo causou. Aliás, ousadia e lidar com situações auto-provocados parecem serem os temas desse volume, já que O sonho do tigre transforma a mulher que ocupava o papel principal em mera coadjuvante, muda a estrutura básica da narração, traz reviravoltas inesperadas e nem a capa do livro segue a mesma linha das anteriores. Quanto a parte das situações auto-provocadas, eu não posso revelar muito para não estragar as surpresas da história, só vou dizer que a relação da maldição com os irmãos Rajaram é diferente do que imaginávamos.
Na minha opinião a parte mais incrível desse livro é que pegaram uma história que a gente conhecia e nos mostraram que mesmo vendo os acontecimentos acontecerem é sempre possível rever os fatos e descobrir algo novo.
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