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Review: Anne With an E 3° temporada


     Depois de uma ótima segunda temporada, com momentos memoráveis, Anne volta para mostrar um dos momentos mais difíceis da vida: a adolescência e a luta para se descobrir quem é e o que quer fazer da vida.
     Para a Anne essa parte de descobrir quem é se torna ainda mais literal, já que como órfã desde os três meses, ela não tem nenhuma memória sobre seus pais ou a vida antes do orfanato, e essa lacuna enorme gera um busca linda e emocionante de acompanhar.   
     Outra coisa muito presente na adolescência são os primeiros relacionamentos, e essa temporada está cheia deles, tem até um "mural de interesse", que era o jeito de se mandar uma mensagem pro crush antes de inventarem as redes sociais e o ritual se se acompanhar a menina até em casa, o que era praticamente um pedido de namoro.
     Como nas outras temporadas, temos personagens novos, com novos motivos para sofrerem preconceito da população da tradicional Avonlea. Na primeira temporada foi a própria Anne, com seu cabelo ruivo e seu jeito único de ver a vida, na segunda foi Bash e todo o problema do racismo contra pessoas negras, além da homossexualidade da tia Josephine e Cole e agora os Mi'kmaq e a violenta relação do homem branco com os indígenas.
     Aliás, esse arco dos Mi'kmaq chega a ser brutal, já que os criadores se recusaram a fazer mais uma "versão branca" dessa história, como eles mesmo falaram. Começou com o preconceito simples, como os índios serem chamados de selvagens e tentarem pagar o trabalho deles com um lenço usado, depois a coisa começa a ficar mais séria com o governo mantendo as crianças literalmente trancadas dentro da escola, sem direito a falar sua língua nativa ou seu nome de nascença, mas tudo fica realmente pesado quando a aldeia é invadida e pessoas brutalmente levadas a força.
     Agora chegamos ao assunto que nenhum fã queria ouvir, o cancelamento da série. Amybeth Mcnult, que interpreta a nossa protagonista, já confirmou que a temporada inteira foi gravada sem a intenção de ser a última, mas por sorte a história até que tem um final satisfatório. Tirando a já citada parte dos indígenas, que ficou realmente em aberto, o resto dos acontecimentos se encaixam no que eu chamo de final "felizes para sempre": A gente não sabe realmente o que aconteceu, mas consegue imaginar. As meninas decidiram estudar para ser mais do que simplesmente uma boa esposa, Gilbert continua se esforçando para ser médico no futuro e ele e a Anne ficaram em um relacionamento a distância. Se eu queria ver tudo isso acontecendo? óbvio, mas também consigo seguir em frente com o que já aconteceu.

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