La La Land, que no Brasil ganhou o subtítulo de Cantando estações, conta a história de Mia, uma aspirante a atriz e Sebastian, um músico frustrado, que se apaixonam enquanto tentam fazer seus sonhos virarem realidade.
Uma coisa que eu achei bem interessante nesse filme é que ele é meio atemporal, ao mesmo tempo em que os personagens falam em um Smartphone e tocam música em um sintetizador, a fotografia e o figurino lembram uma Hollywood clássica, dos anos 50 e 60. Tudo isso sem parecer um estereótipo ou fantasia, é algo que flui muito naturalmente.
Sendo um musical, claro que a trilha sonora é uma parte importantíssima do projeto, e esse ponto foi acertado com louvor. As músicas são envolventes e apaixonantes, por isso dá para entender perfeitamente porque a banda do Sebastian ganha um contrato depois daquele show, e tem como não se emocionar com a música da Emma sobre a vó dela? Aliás na minha opinião essa canção é que deveria ter ganho o Oscar de melhor canção ao invés de City of Stars, que também é do mesmo filme. Sim, você entendeu direito, La La Land teve duas indicações na mesma categoria. na maior premiação do mundo do cinema.
Outra coisa que merece ser destacada aqui é a montagem do filme, eu gostei muito do jeito que as coisas vão acontecendo, achei bem simpático por exemplo o fato de que primeiro a gente entende a situação de cada protagonista separadamente, e só depois a história deles realmente começa, eles se esbarram duas vezes antes de realmente falarem um com o outro. Aliás esse é um ponto bem real no filme, ás vezes a pessoa ou o lugar que pode mudar sua vida já passou por você, mas você nem percebeu. Pequenas coisas que pareceram irrelevantes, podem desencadear em algo bem maior.
A montagem ganha outro ponto ao colocar um número musical logo na cena de abertura e assim deixa bem claro o tom do filme, quem não é fã do gênero já pode desistir ali, e quem gosta já começa a se empolgar com o longa.
Uma lição muito forte desse filme, que fica bem clara nesse final é que coisas acontecem de formas diferentes do que você espera e tudo bem, a vida é assim, em todos aqueles flashes você vê como o destino deles poderia ter sido completamente mudado se algumas coisas tivessem acontecido de outro jeito, se decisões tivessem sido outras. Isso não é algo ruim, se você pensar bem eles conseguiram o que queriam, nenhum dos dois está triste com o rumo que sua vida tomou, ou seja não é uma situação pior ou melhor, é só algo diferente, e é assim que a vida real acontece, vários pequenos detalhes vão se formando e quando se percebe já se tomou um caminho divergente do plano original. Ás vezes até coisas que parecem ruins na hora, depois você vê que era só um pequeno desvio no trajeto que vai ter levar para uma nova vida .
A pergunta final é: La La Land é tudo isso? Ele mereceu ser o filme com mais indicações ao Oscar da história (foram 14 ao todo)? Isso é bem difícil de responder, como já disse antes, o filme tem seus méritos e conquistou vários fãs, mas também consigo entender os argumentos de quem não gostou. Os protagonistas merecem sim um reconhecimento pelo empenho de aprender a cantar e dançar, Ryan Gosling inclusive aprendeu a tocar piano em algumas semanas, para não precisar de modelo de mãos (eu já toquei piano, e sei que não é tão fácil), mas isso já vale um prêmio? Fica a dúvida.
Outra coisa que deve ter ajudado muito esse longa se tornar o queridinho da temporada é que Hollywood é vaidosa, e qualquer história que a homenageie de algum jeito sempre são reconhecidos, O artista, A invenção de Hugo Cabret e Whiplash são outros exemplos disso.
Mas premiações a parte, La La Land é um bom filme, que me fez ficar pensando nele depois que acabou e que fez eu sentir que foram duas horas bem gastas do meu dia, então fiquei bem satisfeita.
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